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Postado em 28 de Outubro de 2022 às 15h26

Plantio de soja começa tumultuado de MS a RS

Toda chuva que faltou no verão passado, o que provocou uma forte quebra na produção agrícola, está vindo agora. Com isso, o plantio de soja em várias regiões de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul está muito lento e em ritmo inferior ao da média histórica.

O problema não ocorre apenas no Brasil, mas também no Paraguai. Já a Argentina, terceira maior produtora de soja do mundo, poderá viver um período de seca durante o plantio.

Diante desse cenário, acredita-se que a safra nacional de soja, que está sendo projetada em até 153 milhões de toneladas, poderá ficar próxima de 150 milhões.

Está-se apostando em uma produtividade muito alta, com base na da safra anterior, para estados do Centro-Oeste e do Matopiba, o que poderá não se confirmar.

Diante do aumento da área plantada para 43 milhões de hectares, a safra deverá crescer, mas só atingirá 153 milhões de toneladas. Se tiver algum desacerto climático poderá recuar para 147 milhões.

Com isso, dentro de uma normalidade de clima e de produtividade, a safra ficaria entre 149 milhões e 150 milhões de toneladas.

Apesar da dificuldade de plantio neste ano, a colheita do ano passado foi tão prejudicada pela seca que a produção de 2022/23 será maior do que a safra anterior.

O Paraguai, que conseguiu produzir apenas 4,2 milhões de toneladas de soja no ano passado, deverá obter 12 milhões na safra que está sendo semeada.

O Brasil deverá subir das 125,6 milhões de toneladas obtidas — a previsão inicial era de 144 milhões— para 149 milhões em 2022/23.

Já a Argentina, que também teve uma quebra e obteve 44 milhões de toneladas neste ano, deverá atingir 51 milhões no ano que vem.

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), da AgRural e do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), indicam que a safra que está sendo semeada poderá atingir 218 milhões de toneladas na América do Sul, 38 milhões a mais do que a obtida neste ano.

Seguindo uma tendência de produtividade, o Rio Grande do Sul, que obteve apenas 24 sacas por hectares na safra 2021/22, deverá atingir 51 sacas nesta. O Paraná sobe de 36 para 56; e Mato Grosso, após o recorde de 62,3 sacas, fica um pouco abaixo.

Diante de tanta incerteza, a comercialização da soja está muito lenta neste ano, segundo Muraro. Até setembro, as vendas futuras da safra 2022/23 somavam apenas 17%, o menor percentual em oito anos. Na média dos últimos cinco anos, a comercialização atinge 35% para o período.

Clima, câmbio e política interferem na comercialização, afirma Muraro. Além disso, energia cara na Europa, lockdown na China, juros elevados, inflação crescente e incertezas com a economia mundial também são fatores a ser considerados, afirma.

A saca de soja para a entrega em fevereiro do próximo ano esteve em R$ 161 em Cascavel (PR) nesta quinta-feira (20), conforme pesquisa da AgRural. Em Chicago, o contrato de novembro fechou a US$ 13,92 por bushel (27,2 kg), com alta de 1,4% no dia.

Fonte: agrural.com.br

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