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Postado em 04 de Outubro às 16h59

Plantio de soja no Brasil começa lento com a falta de chuvas e pressões de mercado

O mercado de soja no Brasil iniciou a safra de forma mais lenta do que o previsto, com apenas 0,5% da área plantada até o final desta semana, conforme análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). A falta de chuvas regulares e o impacto das queimadas em várias regiões têm sido os principais fatores para o atraso, considerando que, no mesmo período do ano passado, o plantio já havia alcançado 1,6% da área.

No estado de Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, o plantio chegou a 0,27% da área planejada. No Paraná, outro importante produtor, já foi semeado 10% da área projetada, o que representa uma desaceleração em relação aos 16% registrados no mesmo período de 2023.

Apesar do ritmo mais lento no início, as projeções para a safra de soja 2024/25 continuam otimistas. A consultoria Safras & Mercado estima que o Brasil pode atingir um recorde de 171,8 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento de 12,8% em comparação à safra anterior, afetada por condições climáticas desfavoráveis. Essa produção está prevista para ocorrer em uma área de 47,4 milhões de hectares semeados.

No que diz respeito aos preços, o CEEMA aponta que, embora o câmbio tenha atuado como um fator de estabilização no mercado interno, os prêmios superiores a US$ 1 por bushel nos portos nacionais ajudaram a manter os preços médios da soja elevados. No Rio Grande do Sul, o preço médio encerrou a semana em R$ 122,52 por saco, enquanto em outras regiões do Brasil os valores variaram entre R$ 119,00 e R$ 134,00 por saco.

A indústria de esmagamento de soja no Brasil também projeta crescimento, com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estimando um aumento de 8% no volume esmagado este ano. Esse crescimento seria impulsionado pela expectativa de maior mistura de biodiesel ao diesel fóssil a partir de 2025, sendo que cerca de 75% do biodiesel produzido no Brasil tem como base o óleo de soja. Com isso, a capacidade total de esmagamento no país pode atingir 78,5 milhões de toneladas nos próximos 12 meses.

Esse cenário, no entanto, ocorre em um contexto de ociosidade industrial relevante, com 25% da capacidade instalada não utilizada. Atualmente, 113 das 132 indústrias de processamento estão em operação, a maioria localizada no Centro-Oeste, que concentra 44% do total processado no Brasil.

O mercado brasileiro de soja segue atento aos impactos climáticos e às flutuações cambiais, em um momento de grandes expectativas para a safra 2024/25.

 

Fonte de pesquisa: agrolink.com.br

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